Filipenses 1:23(Imortalidade da Alma)

O HABITAR / ESTAR COM CRISTO

Em toda a trajetória do apóstolo Paulo, durante seus escritos, ele sempre manifestou a ressurreição de nossos corpos no momento em que entraremos na plenitude do tempo, onde o Reino de Jesus Cristo será instalado. A questão é que o apóstolo Paulo acreditava, pelo menos é o que indica, que essa ressurreição ainda aconteceria enquanto ele estivesse em vida, talvez por isso ele tenha escrito que “nem todos dormiremos (morreremos), mas TODOS seremos transformados (I Cor 15,51)” e complementando que “num abrir e fechar de olhos, os mortos ressuscitarão e NÓS seremos transformados (I Cor 15,52)”. Essa transformação não fere o que pensamos a respeito da alma após a morte, pelo contrário. Morremos nesta esperança e descansando no Senhor, aguardamos a ressurreição dos nossos corpos que dessa forma, serão absorvidos pela “imortalidade”. O corpo é pó e é esse corpo que será absorvido pela imortal, pois é ele quem morre.  Nosso espírito que retorna a Deus aguarda ansiosamente e assim será no glorioso retorno de Jesus Cristo, a saber, a sua segunda vinda com TODOS os seus santos:

I Ts 3,13 – Para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os seus santos. 

Dessa forma, entendemos que se estamos neste corpo, estamos ausentes do Senhor, porém, sabemos que é esse mesmo corpo que nos trará o esplendor da glorificação. Entretanto, enquanto essa ressurreição tão esperada não chega, temos o desejo de deixar esta mansão para já HABITAR com o Senhor (II Cor 5,8). Quando falamos de habitação, estamos literalmente querendo deixar essa vida para contemplar a face de Deus. Paulo confirma isso ao dizer que nosso desejo não era simplesmente em habitar com o Senhor, mas em também servi-lo já que estando neste corpo (vivo) ou não (morto) continuaremos em nos esforçar por agradar-lhe (II Cor 5,9). O Senhor me livrará de todo mal e me levará em segurança para o seu Reino celestial. A ele seja dada a glória para todo o sempre! Amém! (2 Tm 4:18).

Além de que, quando lemos o contexto de Filipenses 1,23

Fp 1:21-26.

 Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.

 Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher.

 Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.

Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.

E, tendo esta confiança, sei que ficarei, e permanecerei com todos vós para proveito vosso e gozo da fé,

 Para que a vossa glória cresça por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós.

Paulo e suas perspectivas (1:21-26) No que diz respeito a ele mesmo, as perspectivas são excelentes. Para Paulo, a vida encontra toda a sua coerência e significado em Cristo (v. 21). Isso é que é vida verdadeira. A morte é lucro, pois então aquela visão momentânea da estrada de Damasco vai se tornar permanente. Se ele continuar a viver, ele diz, terei fruto do meu trabalho, i.e., quanto mais trabalho, mais fruto. O seu dilema é entre duas coisas boas. Ele está pressionado dos dois lados (v. 23). A sua alegria, o desejo do seu coração, é partir (analyõ   ἀναλύω “levantar acampamento”, “partir para a última jornada”) e estar com Cristo, o que é muito melhor do que a experiência mais interessante na terra. Para os cristãos, a morte é “estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor” (2Co 5.8). Nesse estado desencarnado, a sua condição é de consciência, de liberdade do pecado e de com-pletude em santidade, e, além de tudo, da alegria, que a terra não tem igual, de contemplar Cristo diretamente e habitar em sua presença. Para Paulo, a morte não traz medo, mas somente alegria. Por outro lado, a alegria e o bem deles estão no fato de ele continuar vivo para ajudá-los. Afinal, é a alegria dele ou a alegria deles? Essa é a questão, e defini-la é saber a resposta. Ele vai continuar vivo. O resultado para os filipenses vai ser a exultação [...] em Cristo Jesus (v. 26) em virtude da sua bondade em poupar Paulo para eles.

1 O Apóstolo faz uma clara alusão entre duas realidades,isto o faz a mencionar sua atual  existência na carne e outra possível. 

2 Há uma clara tensão entre o desejo de ficar e o desejo de partir,aqui ele utiliza o verbo grego(ἀναλύω) que indica uma preparação para uma viagem com um destino real.

3 O Verbo εἶναι que  está no Infinitivo Ativo aparece aqui no Tempo Presente,isto indica que estar com Cristo  após a morte era algo imediato,isto corrobora com o ladrão na Cruz.


 Conclusão: Se Temos duas realidades empregadas pelo Apóstolo Paulo e ambas são corroboradas com a sua atual existência e se temos uma realidade atual corroborada pelo tempo PRESENTE  então poderemos chegar  as seguintes conclusões:

 1 Paulo está fazendo uma alusão utópica de uma existência após a morte.

2 Cristo não ressuscitou e Paulo vai estar com ele no estado do sono da alma.

3 A realidade  da primeira existência é fictícia e logo a segunda não poderá existir.

4 Paulo estava pensando em estar em Cristo na ressureição futura e utilizou o verbo no tempo errado,pois o verbo deveria estar no futuro como em 1 Ts 4:17.

5 Paulo estava certo na inspiração e o verbo foi correto,há uma vida real após a morte e Cristo ressuscitou dos mortos, logo paulo está realmente falando de uma realidade após a morte que ocorre logo após a morte e não há um sono da alma.

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