Mateus 23:37/Lucas 13:34(Graça resistível?)
Mateus 23:37, Lucas 13:34
Mateus 23:37,Lucas 13:34,A GRAÇA é resistível?
Em Gn 3.15, logo após o pecado humano, Deus põe inimizade não só entre a mulher e a serpente, mas entre a descendência da serpente e o descendente da mulher,Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. Assim, desde os dois primeiros filhos, Caim e Abel, o primeiro foi reprovado e o segundo foi aceito, um representa os reprovados, e o outro representa os eleitos, as obras do primeiro eram más, e era filho do diabo, e as obras do segundo eram justas (1 Jo 3.12).Desde então, há sempre uma parte da humanidade que serve a Deus e outra parte da humanidade que quer destruir ao povo de Deus e sua obra. O povo de Deus é chamado em Gn 3.15 de semente da mulher, pois dessa semente saiu o Cristo, filho de Davi, Abraão, Sete e Adão (Lc 3.23-38). Os filhos da serpente são chamados filhos de filhos do diabo (Jo 8.44), e por essa razão Jesus chama os fariseus, no mesmo contexto desse texto de Mateus 23, de“Serpentes! Raça de víboras”(Mt 23.33), afinal quem é filho da serpente (diabo), serpente é! O texto é uma descrição de como o povo de Deus foi perseguido por esses homens, que Jesus adjetiva de Serpentes, raça de víboras (v 33), hipócritas (v 27), cegos (v 26), insensatos (v 17).
Jesus então relembra de todas as perseguições que os profetas do passado sofreram, se coloca entre os profetas que sofrerão e também seus enviados. Jesus diz que esses homens eram iguais aos perseguidores de profetas do passado, que queriam impedir o povo de Deus de ouvir sua mensagem. Jesus dizE dizem: ‘Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos antepassados, não teríamos tomado parte com eles no derramamento do sangue dos profetas’.Assim, vocês testemunham contra si mesmos que são descendentes dos que assassinaram os profetas.E, assim, sobre vocês recairá todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem vocês assassinaram entre o santuário e o altar. (Mt 23.30,31,35).
Jesus se lamenta ao olhar para Jerusalém e sente por ela dizendo que ele quis muitas vezes juntar os filhos de Jerusalém, mas “Jerusalém” não deixou, Ele não diz que os filhos que Ele queria juntaresistiram ao decreto de Deus, ele diz que Jerusalém não deixou seus filhos serem reunidos. Não há em hora alguma sequer a sugestão de que um decreto divino foi resistido, onde reside a eleição e a emissão da graça que ninguém pode resistir, pois: Desde toda a eternidade, Eu o Sou; e não há nada nem ninguém que possa fazer escapar algo ou alguém das minhas mãos. Agindo Eu, quem impedirá? Isaías 43.13 diz:Jerusalém, que mata os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Aqui, a expressão “Jerusalém” se trata dos fariseus e Herodes, pois no contexto imediato o versículo 31 faz referência a Herodes: Naquele mesmo dia chegaram uns fariseus, dizendo-lhe: Sai, e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te. E aos fariseus também, poisno mesmo discurso, relatado em Mt 23, Jesus está fazendo uma série de críticas aos fariseus no capitulo inteiro, e especificamente nos versículos 37-39. Jesus diz que seus seguidores morrerão assassinados e apedrejados aos moldes dos antigos profetas, e o texto claramente diz: por isso, eis vos envioprofetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis, a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade (Mt 23.34,35), aqui fica demonstrado a quem Cristo se referia, aos profetas do passado,a ele mesmo e à aqueles que seriam enviados de sua parte a quem os fariseus matariam. Assim fica explicada a frase Jerusalém, que mata os profetas, e apedrejas os que te são enviados!Cristo se referea ele mesmo e seus enviados,pois veja, em Lc 13.32 Jesus fala sobre sua morte e ressurreição e que Ele mesmo, na qualidade de profeta, morreria em Jerusalém, assim como outros profetas que foram mortos e apedrejados nesse mesmo lugar:
E respondeu-lhes: Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado. Importa, porém, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém.
Então aqui fica claro, quando o texto diz: Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?” (Lc 13.34), diferente do que os defensores da graça resistível (concurso moral)defendem, Jesus não se refere aos filhos de Jerusalém como aqueles que não quiseram, mas aos fariseus e Herodes que, assim como Cristo se refere aos profetas perseguidos de todos os tempos, ele também se refere aos perseguidores de todos os tempos.No contexto imediato, foi Jerusalém (fariseus e Herodes), que não quis que seus filhos ouvissem, mas isso aconteceu em toda a história, quando o povo de Deus tinha um rei ruim, como no caso de Elias, que foi perseguido por Jezabel. Então o texto não está dizendo que os filhos que Jesus quis ajuntar resistiram à vontade divina, mas que os fariseus não deixaram essas pessoas ouvirem o evangelho, por isso mesmo Jesus, no mesmo capítulo,diz sobre os fariseus: Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês fecham o Reino dos céus diante dos homens! Vocês mesmos não entram, nem deixam entrar aqueles que gostariam de fazê-lo.(Mt 23.13)
No entanto, as pessoas que Deus teve vontade salvar, não se perderam, pois a Escritura mostra uma conversão em massa, dessas mesmas pessoas,em Jerusalém, por ocasião da pregação do evangelho pouco tempo depois da ressurreição de Jesus. Só por ocasião da pregação do apóstolo Pedro foram 3 mil pessoas convertidas (Atos 1;2).
Nossos opositores poderão alegar que mesmo que seja um homem impedindo outro de ouvir o evangelho, de qualquer forma, alguém que Deus teve vontade de salvar,no fimnão foi salvo, provando assim a frustração do plano divino (é impressionante o esforço intelectual que determinados teólogos fazem para mostrar que o Deus cristão é um Deus falível e frustrável).
O texto diz que os fariseus (Jerusalém) não quiseram que seus filhos fossem salvos, mas em hora alguma diz que eles conseguiram impedir que qualquer eleito tenha sido salvo, pois como já demonstramos, no passado, Deus guardou os seus, e no contexto imediato do pronunciamento de Cristo, aquelas pessoas, filhas de Jerusalém, experimentaram um mover do Espírito nunca antes visto (Atos 1 e 2). Então, cai por terra toda e qualquer argumentação de resistibilidade da graça por parte daqueles que Deus quis salvar, pois o texto tem como protagonistas os homens maus, que mataram profetas, e agora iriam receber seu juízo naquela geração, esse é o contexto do texto, a profecia de Jesus contra Jerusalém, que se cumpriu no ano 70 d.C. O texto não trata de eleição, predestinação, decreto divino, nada disso é extraído do texto. Não há no texto algo como: “Deus determinou e o homem resistiu” ou “Deus predestinou e homem mudou a predestinação de Deus”, não há absolutamente nada que se remeta a um decreto divino. O texto trata sobre a vontade de homens maus, que desejavam, que queriam se opor a obra de Deus em todos os tempos, e agora era chegado o seu juízo, mas não há absolutamente nada no texto que prove êxito desses homens, em impedir qualquer eleito de Deus de ser salvo.
Jesus jamais se referiuàspessoas do passado que Deus teve vontade de salvar e elas não foram salvas porque resistiram a graça eficaz ou por causa de poderes maiores, pois a Escritura nos revela que Deus sempre protegeu os seus, Deus jamais rejeitou seu povo, e sempre, em todos os tempos, Ele mesmo separou e protegeu todos aqueles que eram seus, como explica o apóstolo Paulo:Deus não rejeitou o seu povo, o qual de antemão conheceu.Ou vocês não sabem como Elias clamou a Deus contra Israel, conforme diz a Escritura? “Senhor, mataram os teus profetas e derrubaram os teus altares; sou o único que sobrou, e agora estão procurando matar-me”. E qual foi a resposta divina?“Reserveipara mim sete mil homens que não dobraram os joelhos diante de Baal”. (Rm 11.2-4) Só lembrando que Elias e os sete mil separados, estavam em luta contra Jezabel, que queria exterminá-los, no entanto, Deus mesmo separou esses homens, como pode Cristo ter se lamentado pelo passado, se Deus sempre guardou os seus? E antes que digam que Deus escolheu esses homens porque eles não se dobraram, Paulo já responde:Assim, hoje também há um remanescente escolhido pela graça. E, se é pela graça, já não é mais pelas obras; se fosse, a graça já não seria graça. (Rm 11.5,6), Deus escolheu pela graça, não pelas obras, ou seja, Deus não escolheu porque eles não dobraram o joelho, não os escolheu por serem fortes diante da perseguição,pois não viu qualquer mérito neles, se assim fosse, não poderia ser graça, pois esses teriam méritos diante daqueles que se dobraram, mas antes, escolheu por graça, imerecidamente. Se os homens maus de Jerusalém (fariseus e Herodes) conseguiram matar profetas, foi porque Deus permitiu que o fizessem, para encher a medida do pecado dos seus antepassados! Por isso, eu lhes estou enviando profetas, sábios e mestres. A uns vocês matarão e crucificarão; a outros açoitarão nas sinagogas de vocês e perseguirão de cidade em cidade. E, assim, sobre vocês recairá todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem vocês assassinaram entre o santuário e o altar. (Mateus 23.32,34,35). A Escritura diz que por isso Jesus enviaria os seusaos fariseus e a Herodes (Jerusalém), para trazer juízo sobre eles, trazendo a tona as suas obras más, e promete que a casa deles ficará deserta.
Mas por que não quiseram? Porque eles rejeitaram esse desígnio de Deus? Por que não reconheceram que Deus é justo e o homem, inclusive os fariseus, é pecador? E não têm como se esconder da ira vindoura? Me parece que o texto de Lc 7;30 e 13;34 colaboram para afirmar que alguma cegueira impede que uns homens se vejam como pecadores, e então venham a se arrepende, mas porque? O que os (esses) fariseus tinha que os (esses)publicanos não tinham (ou vice-versa) que impediam ou capacitavam eles de reagir de forma tão distinta ao chamado do arrependimento? Por que Jerusalém na se volta para o Senhor?
Será que eles tinham liberdade, podiam mesmo decidir que eles não responderam favoravelmente ao desígnio de Deus? Não seria porque esses homens estão cativos no pecado e mortos em suas próprias transgressões (Cl 2;13)? Não seria porque Deus encerou TODOS na desobediência (Rm 11;32)? Não seria porque TODOS pecaram e TODOS estão carecem da glória de Deus (Rm 3;23)? Por que o deus deste século cegou o entendimento desses homem (2Co 4:4)? Não será por que todos andavam segundo as inclinações da carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira(Efs 2:3)? Não foi por que a morte de Adão passou para todos os homens (Rm 5;12)? Não seria por isso que eles rejeitaram o propósito de Deus? Não seria porque eles não entendem (Is 1;3)? Porque estão doentes (Is 1;6)?
Ao passo que os que se arrependeram, ou seja, aqueles que reconheceram a justiça de Deus, assim o fizeram por que o próprio Deus quis (Rm 9;15)? Não será que foi por causa da misericórdia de Deus, que se renova a cada dia (Lm3;22)? Por causa da Graça que pela fé é recebida, fé que é dada por Deus, não por obras (Ef 2;8)? Não será por que Deus havia os destinado para a salvação (At 13;48)? Ou predestinado para serem conformes à imagem de seu Filho (Rm 8;29)? Talvez por que Deus tenha trazido esses para Cristo (Jo 6;37, 44)? Ou por serem escolhido por Cristo (Jo 15;16)? Ou por que Cristo quis revelar (Mt 11;25)? Ou por que ele deu vida, mesmo esses estando mortos (Ef 2;1)? Ou será que eles foram livre da lei do pecado e da morte (Rm 8;2)?
Será mesmo que essa liberdade humana é real hoje? Será que o homem sem a ajuda de Deus pode mesmo resistir, mesmo por um instante, ao pecado? Será que ele está livre da maldição de nascer em pecado? Mesmo o apostolo Paulo afirmando que só Cristo pode livrá-lo da força de sua carne (natureza humana) que o leva a praticar o mal (Rm 7;24)? Mesmo ele afirmando claramente que a carne não pode agradar a Deus (Rm 8:7,8)? Mesmo o apóstolo dizendo que ninguém busca Deus (Rm 3,10 a 12)? Mesmo que ele afirme categoricamente que o homem natural não aceita as coisa de Deus (1Co 2;14)?, E que essas são loucuras para o homem sem salvação (1Co 1;18)? Mesmo sendo néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-se uns aos outros (Tt 3;3)? Mesmo Jesus afirmando que a natureza humana para nada aproveita (Jo 6;63)? Mesmo tornando-se loucos(Rm 1;22)?
Mas se ninguém vem a ele sem que Deus tenha enviado e trazido (Jo 6;44). E que todos os que vêm a Cristo são os que de Deus tem aprendido e ouvido (Jo 6;45). E mais que os que serão glorificados são os que Deus predestinou (Rm 8;29). Os quais antes da fundação do mundo foram por Ele escolhidos para serem santos (Ef 1;4) pela santificação do Espírito e a fé desde o princípio (II Ts 2;13). Como pode então haver essa liberdade? De dizer “não Deus eu não quero o seu plano para mim”? Se é Deus que efetua o querer e o fazer, pela a Sua Vontade (Fp 2;13)
Se claramente, Deus favoreceu os que são salvos e em detrimento dos que se perdem. Tendo inclusive escrito nomes dos salvos no livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo? Não perdendo nenhum, pois nada, nem coisas do futuro ou qualquer força ou criatura, pode tirá-los das mãos de Jesus (Rm 8;38). Como é possível haver liberdade real de escolha para o homem que distante de Deus, não pode entender as coisas de Deus (ICo 2;14)? Se ninguém pode sequer chamar Jesus de Senhor, se não for pelo Espírito (ICo 12;3)?
Como fica a liberdade humana proposta pelo arminianismo?