Membros ausentes e suas consequências para a igreja local

 Muitos cristãos pensam que não comparecer à igreja regularmente é apenas um pecado de omissão, nada grave e que não deve ser objeto de preocupação por parte da liderança. Muitos pastores, presbíteros, diáconos e congregações pensam assim, uma vez que eles pouco têm feito para tratar o espantoso número de ausentes. Na Convenção Batista do Sul dos EUA, somente um terço da membresia formal de quase 40 mil igrejas de fato estão presentes todo domingo. Isso significa que cerca de dez milhões dos que são chamados cristãos, são membros ausentes. Nem todos os ausentes são iguais. 


Aqui estão quatro tipos diferentes: *1*) Aqueles que vivem na área e são inaptos para comparecer: idade ou saúde os impedem. Tais membros senis, ou com sofrimentos físicos, deveriam ser tratados com cuidado especial. Esse artigo não é sobre eles. *2*) Aqueles que vivem (temporariamente) fora da área e são inaptos para comparecer: transferências militares ou de negócios os impedem. Tais ausentes (temporários) deveriam também ser cuidados com cuidado especial. Esse artigo não é sobre eles. *3*) Aqueles que vivem fora da área e escolhem a membresia na sua igreja local: a distância os impede. Tais ausentes deveriam ser encorajados a aderir a uma igreja que eles possam comparecer. Esse artigo é sobre eles. *4*) Aqueles que vivem na área e comparecem esporádica e inconstantemente: Nada realmente os impede, exceto sua própria escolha. Esse artigo é especialmente sobre eles.


Os membros ausentes não apenas prejudicam a si mesmos, mas exercem um efeito prejudicial para a igreja local da qual são membros nominais. Entendo que os ausentes têm 4 formas de serem prejudiciais.


*1. Eles fazem o evangelismo ser mais difícil.* 


Sua igreja é chamada para ser um posto avançado do Reino de Deus em sua comunidade, uma pequena, mas significante demonstração da glória de Deus na medida que vocês amam uns aos outros e amadurecem em Cristo. Portanto, todos os que carregam o nome de Cristo, como afirmado pela sua igreja, mas que de bom grado escolhe viver sua vida afastado da comunidade da aliança de crentes, está praticando usurpação de identidade. Eles estão tomando o nome de Cristo, mas não se identificam honestamente com seu corpo, a igreja local.


*2. Eles confundem os recém-convertidos.* 


Estes experimentam uma grande confusão nas primeiras semanas e meses na vida cristã. Eles precisam ser bem ensinados. Porém, não somente isso, mas eles precisam de bons modelos. Quando a doutrina em que são ensinados não sincroniza com os modelos que veem, eles ficam confusos. Membros ausentes desrespeitam e desobedecem várias passagens das Escrituras. Em sua arrogância, os ausentes estão efetivamente dizendo aos recém-convertidos: “Todas essas coisas que você está lendo na Bíblia não são realmente necessárias. Você pode viver sem o encorajamento de outros. Você pode viver sem sacrificar a si mesmo para servir e amar outros cristãos. Você pode viver sem ensinar ou pregar. Você pode viver sem pastores”.


*3. Eles desencorajam os que são presentes regularmente.* 


Os que são presentes regularmente se sacrificam para manter sua aliança com a igreja local. Eles dão seu dinheiro e tempo para suprir as necessidades dos outros membros do corpo, o que não é, no mínimo, fácil. Os ausentes não fazem essas coisas, pelo menos não com regularidade. Então, quando uma igreja permite que os ausentes permaneçam como membros, o significado de membresia é cortado, o que fere e desencoraja os fiéis. Com certeza, uma igreja de 100 membros, onde todos os que estão trabalhando para a glória de Deus com os dons que Deus tem dado a eles, é exponencialmente mais forte que uma igreja com 35 presentes e 65 ausentes. Os ausentes, involuntariamente, deslocam todo o fardo para uns poucos, um fardo que aqueles poucos não deveriam estar carregando sozinhos.


*4. Eles preocupam seus líderes.* 


Está escrito em Hebreus 13.17: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas”. À luz desse versículo, um pastor fiel, ou um presbítero, deveria se sentir responsável pelo estado espiritual de cada membro do seu rebanho. Um bom pastor não descansa até que todas as suas ovelhas estejam contadas. Os ausentes fazem essa tarefa ser quase impossível. Enquanto o tempo e a coragem são necessários para tratar o problema dos ausentes, cada pastor ou presbítero deveria sentir um fardo de remover esses ausentes e curar os efeitos tóxicos que eles têm no evangelismo, nos recém-convertidos, nos fiéis presentes e nos pastores da igreja. O resultado? Conforme a membresia da igreja cresce, composta de membros presentes e ativos, a edificação do Corpo de Cristo acontece e a igreja vive o propósito de Deus para glória do Senhor Jesus Cristo.


Matt Schmucker

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